Manter a saúde financeira de um supermercado vai muito além de vender bem. Em um setor de margens apertadas e alta competitividade, controlar os custos operacionais é o que define a sustentabilidade do negócio. Muitos desses custos estão escondidos em processos do dia a dia. 

Neste artigo, você vai entender algumas das principais fontes de custo para supermercados e como pequenas melhorias na operação podem gerar uma grande diferença no final do mês.

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Estoque 

O mau gerenciamento do estoque pode transformar essa importante área em uma grande dor de cabeça. Produtos com validade curta, como carnes, laticínios, frutas e verduras, precisam ser vendidos rapidamente, caso contrário, acabam vencendo e gerando prejuízo direto. Além disso, itens com baixa rotatividade ou obsoletos ocupam espaço nas prateleiras e depósitos, imobilizando capital que poderia ser investido em mercadorias com maior saída.

Além disso, os custos de depósito representam um desafio significativo. A manutenção de inventário exige espaço físico, energia elétrica (principalmente em ambientes com refrigeração) e pessoal para transporte e arrumação. Ou seja, quanto maior o estoque, maiores os custos operacionais.

Também é comum que o estoque sofra perdas invisíveis, conhecidas como “shrinkage” (ou encolhimento, no bom e velho português), que envolvem furtos, extravios, produtos danificados ou erros de inventário. Essas perdas impactam diretamente a margem de lucro e muitas vezes só são percebidas no momento do inventário físico.

Por fim, o risco de vender produtos fora da validade pode resultar em multas de órgãos fiscalizadores, danos à reputação da marca e perda de confiança dos consumidores.

Dicas para reduzir custos no estoque

Utilize o FIFO: a política de FIFO (do inglês First In, First Out, ou “Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair”) é uma excelente maneira de reduzir custos. Esse método de gestão de estoque garante que os produtos mais antigos (os primeiros a entrarem no estoque) sejam os primeiros a serem vendidos ou utilizados. Isso promove uma rotatividade saudável do estoque, melhora o controle de validade e assegura que os consumidores recebam produtos sempre frescos e de qualidade.

Implemente um sistema de controle de estoque: para otimizar a gestão de custos sem comprometer a qualidade, a implementação de um sistema de estoque robusto é fundamental. Tal sistema não apenas permite identificar e gerenciar acúmulos excessivos de mercadorias, o que reduz o capital parado, mas também possibilita um monitoramento eficiente do fluxo de estoque. Além disso, um sistema de estoque bem estruturado oferece dados valiosos para a tomada de decisões estratégicas, como a identificação de produtos de baixo giro ou a necessidade de renegociar contratos com fornecedores.

💡Dica extra da Casa do Cartazista: quando os produtos estiverem próximos do vencimento, crie promoções estratégicas e destaque isso com cartazes chamativos. Sinalizar que o item está com prazo reduzido e preço atrativo ajuda a acelerar as vendas e evita desperdícios.

Mão de obra

A mão de obra representa uma das maiores fontes de custo para um supermercado, não apenas pelos salários pagos, mas também pelos encargos trabalhistas. Além disso, a alta rotatividade em setores como reposição, caixa e padaria exige treinamentos constantes, o que gera mais despesas. 

Quando não há uma gestão eficiente de escalas, produtividade e treinamento, esses custos podem aumentar significativamente sem que isso reflita em melhor desempenho ou atendimento.

Dicas para reduzir custos na mão de obra

Valorização das pessoas: reconhecer a mão de obra com salários justos, clima organizacional positivo e metas com premiações claras é uma das formas mais eficazes de reduzir o turnover e os custos operacionais. Colaboradores engajados tendem a permanecer na empresa, produzir mais com menos erros e contribuir para um ambiente mais produtivo. Essa valorização estratégica melhora o desempenho da equipe e gera economia real no longo prazo.

Automatização de processos: para otimizar os custos sem comprometer a qualidade do serviço, vale a pena investir em sistemas e softwares que automatizam tarefas repetitivas e operacionais. Isso permite que os colaboradores foquem em atividades mais estratégicas e relevantes para o dia a dia do supermercado. Além disso, automatizar a organização das escalas ajuda a evitar horas extras desnecessárias e garante um melhor aproveitamento da equipe.

Treinamento regular: funcionários bem treinados cometem menos erros, atendem melhor e são mais produtivos. Isso reduz retrabalho, perdas e a necessidade de supervisão constante. Idealmente, treinamentos devem ser realizados periodicamente, como a cada três meses, por exemplo.

Energia

Sistemas de refrigeração e congelamento, como câmaras frias, freezers e expositores, consomem muita energia e precisam operar 24 horas por dia para preservar alimentos perecíveis. Além disso, a iluminação constante, os sistemas de climatização, os caixas eletrônicos e os fornos industriais também contribuem para o alto consumo.

Outro fator é que, muitas vezes, o uso ineficiente desses recursos pode gerar desperdício de energia e, consequentemente, aumento nos custos. Por isso, a energia não é apenas um gasto fixo, mas um ponto estratégico que, se mal gerido, impacta diretamente a margem de lucro do supermercado.

Dicas para reduzir custos com energia

Modernização de equipamentos: lâmpadas LED consomem até 80% menos energia do que as convencionais e têm vida útil muito maior. É um investimento que se paga rápido e gera economia contínua. A verificação regular de vedação de portas, temperatura ideal dos freezers e limpeza dos condensadores de equipamentos de refrigeração também é essencial.

Manutenção preventiva: equipamentos desregulados ou com peças desgastadas trabalham mais e gastam mais energia. A manutenção periódica garante eficiência e previne custos maiores com consertos ou consumo excessivo.

Energia Solar: investir em painéis solares pode parecer, à primeira vista, algo restrito a grandes redes, mas supermercados de todos os portes podem se beneficiar dessa solução. É importante considerar o custo inicial de instalação, que varia conforme o tamanho do sistema, mas o retorno costuma acontecer entre 3 e 5 anos, graças à redução significativa da conta de luz. Além disso, o investimento se torna ainda mais vantajoso com os incentivos fiscais e linhas de financiamento específicas para energia renovável. Com vida útil média de 25 anos, os painéis solares representam uma forma inteligente e sustentável de reduzir custos operacionais.

Essas são algumas dicas de como reduzir custos dentro do seu estabelecimento. Fique ligado nas nossas redes sociais para mais dicas como essas!